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9 de agosto de 2009

Magnolia Nobile


Magnolia Nobile


Poucas são as marcas que conseguem imprimir uma coerência olfativa, mantendo a diferenciação de estilos de suas criações. Acqua di Parma é uma delas. Da distinção clássica e andrógina de Colonia, a feminilidade tórrida de Profumo, passando pela elegância de Iris Nobile e pela descontração da linha Blu Mediterraneo, cada fragrância apresenta uma qualidade de refinamento atemporal.

Acqua di Parma também é uma das raras marcas que despertavam-me a vontade de adicionar a integridade de seus lançamentos à minha coleção. Sendo assim, o amigo leitor pode calcular a animação com que fui testar o novo bebê da maison milanesa.

Magnolia Nobile foi desenvolvida por Antoine Maisondieu, o "pai" de Paul Smith Rose, Giorgio Armani Code masculino, e boa parte das fragrâncias de Etat Libre d'Orange. Como diz o nome, o nouveau née de Acqua di Parma é centrado na magnólia, flor que representa dignidade e perseverança.

A equação onde toda a mítica de Acqua di Parma era somada ao talento de Antoine Maisondieu e a riqueza da magnólia, indicava a garantia de sucesso absoluto. E qual não foi a minha decepção ao ver que a objetividade matemática não condiz com a subjetividade do mundo dos aromas.

A abertura de Magnolia Nobile é definitivamente cítrica, com a bergamota e o limão brigando pelo lugar de honra. A magnólia insinua-se ao fundo, tímida e humilde, perdendo toda a exuberância em prol das notas cítricas. Cada um dos componentes é privado de suas melhores características nesta fase. O limão e a bergamota não transmitem uma faceta fresca e limpa, e a magnólia não brilha pelo aspecto cremoso e envolvente. Ao contrário, a abertura é genérica e insossa, lembrando-me algo que poderia ser uma edição variante de Pleasures, de Estée Lauder.

A rosa chega aos poucos, e, ao menos no segundo ato, Antoine Maisondieu merece aplausos por fazer com que duas flores poderosas atuem como simples atrizes coadjuvantes. A rosa serve de perfeito suporte a magnólia, auxiliada pelo jasmim. A presença de ambas é pouco sentida, fazendo sobressair uma certa opulência, e minimizando a aura ordinária do início. Um quase imperceptível toque de baunilha "esquenta" o conjunto, como que tentando reproduzir a bela união floral/baunilha, vista em Iris Nobile. Enfim, a magnólia reina.

Entretanto, esta fase dura pouco, e um retrocesso faz-se notar. O vetiver entra bruscamente e toda a magia é quebrada pelo aroma cítrico e rascante. Tive então a nítida impressão de regressar ao primeiro estágio da fragrância, que voltou a ser genérica e absurdamente comum.

Toda a experiência durou exatas duas horas, tempo de permanência da eau de parfum na minha pele. Graças a um generoso decant, pude repeti-la 4 vezes (7 sprays cada), obtendo sempre o mesmo resultado. Contudo, talvez o fraco poder de fixação tenha sido algo positivo. Afinal, nada é mais enfadonho do que perseverar em uma decepção.



Ilustrações ~ à direita - cartão postal vintage
~ à esquerda - Hark! A Vagrant, de Kate Beaton




27 de novembro de 2008

Colonia


Acqua di Parma - Colonia


Colonia, primeira criação de Acqua di Parma, é uma bela fragrância unissex onde as notas cítricas são as grandes estrelas, perfeitamente balanceadas pela Rosa Búlgara e um toque de jasmim. Incrivelmente versátil e contemporânea, apesar de ter sido elaborada em 1916.

Em muitos aspectos, eu poderia afirmar que Colonia passaria perfeitamente pelo "primo rico" do antigo (e ultra barato, em muitos países europeus) 4711, de Muelhens. Apesar de compartilharem as mesmas notas de bergamota, limão, laranja, alecrim e rosa, 4711 é mais acre, enquanto Colonia tem um odor menos agudo, uma aura mais "cremosa", quase sendo o que em inglês classifica-se de soapy scent (odor de sabonete). Outra diferença é o poder de fixação - Enquanto 4711 literalmente desaparece apos 70 minutos, Colonia permanece por muito mais tempo (4 horas, na minha pele).

Os amadores de 4711, de Eau Dynamisante (de Clarins), Eau d'Hadrien e Eau du Sud (de Goutal), terão grandes probabilidades de se apaixonarem por essa criação de Acqua di Parma.

Colonia fez, e faz, furor entre muitas personalidades antigas e atuais, como Cary Grant, David Niven, Lana Turner, Audrey Hepburn, Isabella Rossellini, Kate Moss, Sandra Bullock, Sharon Stone...

Diz a lenda, que nos tempos de amores (e brigas) intensos, Ava Gardner e Frank Sinatra costumavam compartilhar o uso dessa fragrância. Posso imaginar a indomável Ava atirando frascos de Colonia em direção ao pobre Frank, no quarto de algum hotel de luxo em New York. Posso também visualizar o gerente do dito hotel verificando os estragos, mas constatando que, ao menos, o quarto em questão conservou um odor maravilhoso.


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