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20 de março de 2009

Green Irish Tweed


Green Irish Tweed


Green Irish Tweed foi lançado pela maison Creed em 1985, como uma homenagem ao ator americano, de origem britânica, Cary Grant.

As notas de limão associadas à verbena trazem o frescor inicial, que é suavizado pela presença da íris e das folhas de violeta. O fundo amadeirado de âmbar e sândalo impõe um certo conforto, esquentando o conjunto, porém permanecendo discreto. O poder de fixação é excelente, continuando por mais de 6 horas.

Todo o charme da fragrância repousa na perfeita harmonia entre o frescor inicial e a fase do meio, floral e suave. O resultado é uma aura de masculinidade acessível e não agressiva. E, na minha opinião, essa é a chave do sucesso dessa eau-de-parfum (disponível em versão Millésime), que é um dos atuais best-sellers de Creed.

Eu já ouvi diversas comparações a Cool Water, e, apesar de apreciar a eau-de-toilette de Davidoff, devo discordar dos paralelos entre as duas fragrâncias. Cool Water tem uma conotação agradável, entretanto, sintética. A nota de sândalo ao fundo difere completamente da presente em Green Irish Tweed, que é o sândalo de Mysore (região de Karnataka, na Índia), considerado de melhor qualidade (o que faz uma grande diferença, creiam-me!). A versão masculina de Cool Water gira em torno da lavanda na abertura, enquanto um dos componentes principais de Green Irish Tweed é a íris. Cool Water é bem mais esportivo e aquático, enquanto Green Irish Tweed é um floral verde amadeirado, sóbrio e elegante.

Green Irish Tweed foi supostamente usado pelas figuras masculinas mais variadas - dos sedutores George Clooney, Robert Redford, Pierce Brosnan e Richard Gere; passando pelos másculos Russell Crowe e Clint Eastwood; os talentosos Robbie Williams e Quincy Jones; chegando mesmo ao excêntrico Ozzy Osborne, e ao "très royal" Príncipe Charles, recentemente nomeado "o homem mais bem vestido do mundo"*.

Apesar de ser portada por tantas personalidades proeminentes, e inspirada por um dos homens mais fascinantes do cinema, Cary Grant, eu sempre associei a fragrância ao mais famoso herói de Jane Austen, Fitzwilliam Darcy. Toda a noção de valores, ligada a uma virilidade afirmada e estável, e uma determinada aura de distinção e proteção - características do personagem masculino principal de Orgulho e Preconceito - estão presentes aqui. Trazendo Austen a um contexto mais atual, creio que Green Irish Tweed seria a fragrância perfeita para o sobrinho de Lady Catherine de Bourgh.

Essa fascinante criação de Creed parece ter o poder de transportar-me ao bucólico condado de Derbyshire, e a Pemberley, residência de Mr. Darcy. Sim, Green Irish Tweed inspira-me uma semelhante noção de masculinidade. E que mulher não sucumbiria a tal apelo?


* Em março de 2009, a revista britânica Esquire nomeou o Príncipe Charles, da Grã-Bretanha, como o homem mais bem vestido do mundo, vencendo o atual presidente dos Estados Unidos, Barack Obama

Ilustrações ~ primeira à direita - Darcy snubs Elizabeth - de Pride and Prejucice Hypertex
~ à esquerda - Matthew Macfadyen, como Fitzwilliam Darcy, no filme Pride and Prejudice, de 2005
~ segunda à direita - Chatsworth House, a inspiração original para Pemberley, foi usada para a filmagem das cenas exteriores do filme de Joe Wright, Pride and Prejudice (2005)




11 de dezembro de 2008

Fleurissimo



Fleurissimo



Diz a lenda que Rainier III, príncipe de Mônaco, solicitou à marca Creed a confecção de um perfume que seria oferecido como presente de casamento à sua noiva, a atriz Grace Kelly. Assim nasceu Fleurissimo, que foi inspirado no bouquet de flores da noiva. Além de Fleurissimo, Grace ganhou de seu príncipe um conjunto de bracelete, brincos e colar de Van Cleef & Arpels e o yacht "Deo Juvante II". Porém, ninguém parece se lembrar das preciosidades de Van Cleef e do belo yatch. Fleurissimo ficou conhecido como "O" presente de casamento, emblema de classe e romantismo.

Composto de rosas Búlgaras, tuberosa das Índias, violetas e Íris Florentina, Fleurissimo é um floral suave, com uma aura de anos 50. As notas de tuberosa são bem presentes na abertura, porém, apos poucos minutos, a rosa e a violeta suavizam o odor inicial, e a íris entra, colaborando com o toque nostálgico. A base almiscarada completa o conjunto, dando um aspecto mais distinto à explosão floral. Suave e distinta, são duas palavras que eu escolheria para descrever essa fragrância.

O dia 19 de Abril de 1956, data do casamento religioso, ficou marcado na memória de muitos como um mágico momento de conto de fadas, onde o príncipe, vestido de um uniforme militar em estilo Napoleônico, unia-se à bela atriz, num clima hollywoodiano. O casamento foi especialmente "orquestrado" pelo studio MGM (Metro-Goldwyn-Meyer), teve como cenário a Catedral St. Nicholas, e contou com a presença de 600 convidados, entre os quais Cary Grant, Gloria Swanson, Ava Gardner, David Niven, Aga Khan e Aristoteles Onassis. O vestido de Grace foi desenhado por Helen Rose, estilista, e o penteado especialmente feito por Sydney Guilaroff, cabelereiro chefe do studio.

Outras personalidades como Jacqueline Onassis, a rainha Elizabeth II e mesmo Madonna usaram essa fragrância. Porém, Fleurissimo ficou eternamente ligado à imagem da jovem Grace Kelly, de 26 anos, radiante e majestosa em seu vestido de gola alta e mangas longas, tentando fazer crer a todos que os contos de fada são reais. Sim, os contos de fadas existem - com uma pequena ajuda de MGM...e de Creed, claro!


Ilustração ao alto - Casamento religioso de Grace Kelly e Rainier III, de Mônaco - foto dos arquivos da revista Live



Creed

Creed


Eu costumo brincar, dizendo que a marca Creed é celebre por sua lista de clientes celebres. Jogo de palavras a parte, as criações de Creed têm feito furor entre figuras ilustres, através dos tempos.

Fundada em 1760 por James Creed, a empresa conheceu um crescimento fulgurante quando foi designada como fornecedor oficial da corte da rainha Victoria. Logo outros clientes reais solicitaram os favores da marca - de Napoleão III à Imperatriz Eugenie, de Elizabeth da Áustria (a famosa Sissi) a Cristina da Espanha.

Em 1854, a empresa se mudou para Paris, e sua notoriedade cresceu ainda mais. Passando de pai a filho até os dias atuais, Creed é dirigida pela sexta geração de perfumistas, representada por Olivier Creed. Seguindo a tradição de empresa familiar, o filho de Olivier, Erwin é o perfumista senior, enquanto a filha, Olivia, trabalha como designer.

Olivier foi responsável pela elaboração de algumas das fragrâncias mais belas da historia da marca. Green Irish Tweed (1985), Millesime Imperial (1995), Silver Mountain Water (1995), Spring Flower (lançada em 1996), Himalaya (2002), Original Vetiver (2004), Love in White (2005), Original Santal (2006), as edições limitadas Royal Ceylan (2006), Feuille Verte (2006) e Fleur de Gardenia (2006), Virgin Island Water (2007) e o recente Love In Black (outono de 2008) - todos carregam a assinatura de Olivier Creed.

Creed foi, e ainda é, popular entre várias celebridades. Marlene Dietrich, Natalie Wood, Grace Kelly, Jacqueline Onassis, Robert Redford, Madonna, Cary Grant, Ava Gardner, Errol Flyn, John Kennedy, Audrey Hepburn, Winston Churchill, David Bowie, Angelina Jolie e George Clooney - todos sucumbiram a sedução dessa marca atemporal.




Ilustração à direita - a dinastia Creed - de James Henry (1710-1798) a Olivier Henry (1943-...)



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