18 de maio de 2009

Kenzo Power



Kenzo Power


Neste fim-de-semana, eu finalmente tive a oportunidade de testar o último lançamento masculino de Kenzo. No meio de algumas amostras recebidas após uma compra em perfumaria, lá estava Kenzo Power. Um pouco céptica a princípio, apliquei a fragrância na pele, e devo testemunhar aqui a agradável surpresa.

Kenzo Power é uma criação de Olivier Polge, perfumista responsável por Dior Homme, e segue a linha de masculinidade abordável resgatada por lançamentos como o próprio Dior Homme e o belo Infusion d'Homme, de Daniela Andrier para Prada. Nada de couros, notas amadeiradas extremamente pronunciadas, violência ou drama olfativo, como o nome poderia sugerir. Kenzo Power é um "floral masculino", elegante e tranquilo.

A bergamota é a primeira a chegar temperada por pequenas doses de cardamomo e o coentro. O lótus apresenta-se logo após , impondo uma certa suavidade ao conjunto, que acredito ser reforçado pela presença da mimosa. O jasmim e a freesia entram na partida acentuando o caráter floral, que é dosado por um fundo de bálsamo de tolu, cedro e labdanum. O resultado final lembrou-me uma mistura de Summer by Kenzo e CKBe, um cruzamento entre o toque atalcado e reconfortante e o frescor unissex.

O frasco foi elaborado por um dos maiores designers japoneses, Kenya Hara, diretor artístico de Muji - companhia dedicada a venda de artigos domésticos, e conhecida por seu estilo minimalista. Lembrando as origens nipônicas de Kenzo, o frasco reproduz um vidro de sake.

Após quase três décadas de exacerbação de uma virilidade persistente e invasiva, a afirmação de uma faceta pouco explorada na perfumaria é mais do que revigorante. Kenzo Power joga com o aspecto sensível e intimista, e essa abordagem de masculinidade agrada-me bastante. O conceito de virilidade afirmada, porém não agressiva, condiz com uma nova percepção do homem moderno.

Anaïs Nin disse em "In Favor of the Sensitive Man", que as mulheres parecem não ter feito a separação entre amor e sensualidade como o sexo masculino*. Posso dizer que é satisfatório ver a tentativa de junção entre sentimento e sensualidade traduzido em uma fragrância destinada ao "sexo forte". Mademoiselle Nin ficaria contente!



* Citação - "From my personal observation, I would say that woman has not made the separation between love and sensuality which man has made" - Anaïs Nin

Ilustrações ~à direita - Elizabeth vê Mr. Bingley e Jane juntos. Em Pride & Prejudice, de Jane Austen, Mr. Bingley representa o homem sensível por natureza - fonte: pemberley.com
~ à esquerda - capa de "In Favor of the Sensitive Man and other essays", de Anaïs Nin




2 comentários:

Elisabeth disse...

Oi Gaelle.O frasco é lindo, masculino e charmoso! Confesso que gosto desta perfumaria masculina não invasiva. Discreta com o equilibrio entre as notas ditas masculinas e doces acordes florais. Como se afirmasse que o homem para ser másculo ou viril não necessita de veemência troglodita. Inclusive são os melhores perfumes para o ambiente de trabalho.Elegantes. Beijocas. Betty

Gaëlle disse...

Oi Betty!

Eu também gosto dessa abordagem em perfumes masculinos.
Creio que Kenzo Power tem um enorme potencial para ser um absoluto sucesso no Brasil, sendo perfeitamente adequado ao clima de certas regiões.

Mil beijinhos!

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin