27 de fevereiro de 2009

Shiloh


Hors Là Monde - Shiloh


Shiloh foi um perfume desenvolvido durante anos de pesquisa, que resultaram na verdadeira introdução da joalheria Hors Là Monde no mundo da perfumaria, em 2007.

A fragrância foi criada pelo talentoso Michel Roudnitska, elaborador da linha de perfumes DelRae, bem como de Noir Epices, de Frédéric Malle, em colaboração com Symine Salimpour, proprietária de Hors Là Monde. Roudnitska é mestre na arte de equilibrar luminosidade e mistério, e sua assinatura está bem presente em Shiloh.

Uma nota herbácea, ligada aos aromas da bergamota e do limão caracteriza a abertura, porém a efusão herbácea dura pouco tempo. As notas amadeiradas chegam ao mesmo tempo em que o patchuli e o incenso, trazendo uma aura de mistério, e um certo caráter masculino. A rosa damascena aparece logo após, contribuindo com a suavidade, e servindo de elemento de harmonia entre a fase do meio, mais obscura, e a harmonia que se segue. A entrada da baunilha, em conjunto com o almíscar e o sândalo, aquece a fragrância e proporciona uma sensação de conforto e aconchego. Trinta minutos cronometrados foi o tempo entre o desenrolar da fase inicial ao resultado final, na minha pele. E confesso que, de todas as etapas, a estrutura final, cujo tempo de permanência foi de 6 horas, é a que mais me agrada.

Essa eau-de-parfum é classificada como Oriental-Amadeirada, e a proposta é o equilíbrio entre a força e a suavidade. Apesar de parecer ser dirigida ao público feminino, eu a visualizo como unissex, e creio que poderia ser portada maravilhosamente por um homem. Todas as fases de desenvolvimento aromático da fragrância condizem igualmente com o uso masculino.

Ao mesmo tempo, Shiloh retrata de maneira magistral uma determinada atitude feminina, que lembra-me de Katharine Hepburn. Uma junção de classe, forte personalidade, determinação, e um toque de androgenia. Faz-me pensar na independente e vívida Katharine Hepburn, em 1942, época do filme « Woman of the Year », quando ela encontrou - e encantou - Spencer Tracy. Uma mulher dinâmica, que declarava nunca deixar de ter em mente que o simples fato de existir já era divertido*. Como resistir a um tal magnetismo?





*Citação de Katharine Hepburn - "I never lose sight of the fact that just being is fun"

Ilustrações ~ à direita - Katharine Hepburn
~ à esquerda - Spencer Tracy e Katharine Hepburn - cena do filme "Woman of the Year", de 1942.




2 comentários:

BCas disse...

Realmente Roudnitska tem uma versatilidade suprpreendente que vai do frescor de um Diorella à densidade especiada e quente do Femme Rochas.
Fico a imaginar este perfume com saia fresca e folhosa de Dioríssimo, uma evolução mais densa a La femme e um adormecer suave, elegante.Uma curiosidade despertada.Bjoca Elisabeth

Gaëlle disse...

Obrigada pelo comentário, Betty!
Minha próxima review será sobre o Diorissimo, do Edmond Roudnitska. O Shiloh é do Michel, filho do Edmond.
Diorissimo foi minha primeira paixão no mundo dos perfumes, e continua uma das minhas fragrâncias prediletas.
Com carinho,

Gaëlle.

PS - Enviei-te alguns emails na caixa do bol,mas não sei se eles estão chegando. O mais recente data de hoje.

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